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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Um texto bem apropriado para este momento de comemorações, em reuniões familiares...



"Família é prato difícil de preparar"
(de "O Arroz de Palma", de Francisco Azevedo)

Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes.
Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo.
Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência.
Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível.
Às vezes, dá até vontade de desistir. Preferimos o desconforto do estômago vazio. Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio...
Mas a vida, (azeitona verde no palito) sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite.
O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida.
Fulana sai a mais inteligente de todas.
Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade.
Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo. Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente.
E você?  É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me fazer companhia. Como saiu no álbum de retratos? O mais prático e objetivo? A mais sentimental? A mais prestativa? O que nunca quis nada com o trabalho? Seja quem for, não fique aí reclamando do gênero e do grau comparativo.
Reúna essas tantas afinidades e antipatias que fazem parte da sua vida. Não há pressa. Eu espero. Já estão aí? Todas? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar.
Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza.
Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco.
Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.
Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre.
Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido.
Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada.
O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini, Família à Belle Meuni; Família ao Molho Pardo,  em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria. Família é afinidade, é a  Moda da Casa.
E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.
Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seriam assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha...
Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo.
Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.
Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu.
O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo.
                              
                                  Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete !!!

domingo, 5 de dezembro de 2010

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Eu sou assim....

Sempre que uma pessoa afirma, confiantemente, 
"eu sou assim...", note que ela está simplesmente 
procurando uma desculpa para um comportamento 
que ela própria sabe não ser o melhor. 

Quando faltam argumentos e uma razão real, objetiva e
emocionalmente integrada, alguns somente repetem 
o velho e "seguro" chavão: "eu sou assim..." 
e continuam a fazer as coisas da mesma forma. 
Isso é chamado de “crença no determinismo genético”. 
Quem diz isso abdica de qualquer responsabilidade sobre si 
mesmo, jogando a "culpa" na genética ou nos deuses, 
como se a própria pessoa não tivesse meios de 
alterar sua vida.

Existe um meio melhor... 

Quem diz “eu sou assim...”, faz de conta que não 
está pensando, faz de conta que não possui 
liberdade de escolha, faz de conta que há algo 
programado dentro dela, e que não existem 
meios de alterar essa programação. 
A quase totalidade das pessoas que insistem em dizer 
“eu sou assim...”, têm receio de mudar e são 
complacentes com elas próprias, agindo como 
uma avestruz, colocando a cabeça 
em um buraco no chão...

Mas nós nunca "somos" coisa alguma.
 
Sempre estamos. 
Estamos jovens, 
estamos sadios, 
estamos acordados, 
estamos educados, 
estamos esforçados, 
estamos atentos, 
estamos felizes e assim por diante. 

O que "está" pode ser mudado, 
mas o que "é" não pode.

Há uma enorme diferença entre "ser e estar". 

Quando dizemos que estamos sem dinheiro, 
estamos solitários, 
estamos tristes, 
estamos sem imaginação, 
estamos com problemas... 
deixamos claro para os outros (e para nós mesmos) 
que esta é uma condição transitória e que estamos 
trabalhando para mudar o quadro. 

Dizer: "eu estou acima do peso" 
é muito diferente de dizer "eu sou gordo".

Quando usamos o verbo "ser", definimos uma condição 
de vida que independe de nossa vontade. 

Sou do planeta Terra: é uma condição imutável. 
Estou na França: é uma condição transitória.

Escute o que você diz para os outros e para sua 
própria mente. Se você disser algo começando 
com a frase "eu sou assim mesmo..." 
verifique imediatamente se não está somente 
tentando explicar o inexplicável para seu próprio coração. 

Não tente se enganar, porque, no fundo, 
você vai saber que é uma afirmação falsa.

Somente quem muda, sobrevive.

Como diz William Shakespeare: 
"Ser ou Não Ser? 
Eis a questão".

Neste caso, é a sua questão, porque é a sua vida.
Reflita!

Assim também o Espírito de Deus vem nos ajudar na nossa fraqueza. Pois não sabemos como devemos orar, mas o Espírito de Deus, com gemidos que não podem ser explicados por palavras, pede a Deus em nosso favor. Romanos 8:26

quinta-feira, 18 de novembro de 2010


















Anjo do pé grande - Profª Nancy